É estranho , é inocente , é egoísta e com toda a certeza perigoso tentarmos interpretar tudo o que nos dizem da maneira que nós consideramos ( e queremos ! ) . Pois , por vezes - talvez mais do que desejávamos - essas interpretações , esses entendimentos , não são o que gostavamos que fossem ... não são mesmo .
Tudo aí se confunde , palavras mal ditas , ( e malditas , quicá ) são levadas para contra a parede com uma força bruta que talvez deixe marcas muito profundas . São extorquidas da nossa cabeça , do nosso coração - se aí conseguiram chegar e ficar - ... são substituídas , no fundo , por desilusão e até alguma mágoa . Sentimentos feios , esses !
Afinal , o que cabe a nós fazer ( e quando digo " nós " refiro-me a quem ingenuamente ou nem tanto , leva palavras que lhe são dirigidas ao (des)engano ) para não nos iludirem completamente ?
E afinal , confundindo ainda mais estes pensamentos soltos , a culpa será de quem ? De quem ilude , ou quem é iludido ?
Quem ilude pode muito bem fazê-lo sem ter a real intenção . Raras vezes , creio, mas pode . Mas maioritariamente , é o responsável pela ilusão do iludido . Confuso , não ? Então para confundir ainda mais : E o iludido ?! Com tudo o que este possa ter passado , não seria de esperar uma atitude possivelmente mas defensiva , cautelosa ? Não deveria mais gostar de si mesmo e não tanto do outro ?
Pensarão : mas então nunca confiaria em ninguém . Ele " não sairía à rua para não ser atropelado " ... ou seja , não correria riscos , tal seria a sua desconfiança , o seu medo . Paradoxal ?!
Numa directa pergunta ... pois o que eu gostava era mesmo de saber a resposta ... afinal , a culpa é da torradeira ou da torrada ?
Sem comentários:
Enviar um comentário